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10 canções que soam melhor ao vivo - por Patrícia Raimundo

Ver bandas ao vivo é um daqueles grandes prazeres da vida. O palco é um tira-teimas e, muitas vezes, é nele que as canções ganham corpo e deixam o estúdio para se tornarem algo mais. Versões melhoradas dos originais ou simplesmente momentos, registos, que, por um motivo ou outro, se tornam inesquecíveis.

1. “Once in a Lifetime”, Talking Heads [Hollywood's Pantages Theater, 1983]

Não é fácil escolher apenas um momento de “Stop Making Sense”, o genial filme-concerto que os Talking Heads gravaram em 83. A atmosfera ditada pelo sintetizador do início, os famosos espasmos de David Byrne e um sem fim de notas especiais fazem desta a minha versão preferida do clássico da banda americana.

2. “From Here to Eternity”, Iron Maiden [Donington Park, 1992]

 “Live at Donington” é o disco ao vivo dos Iron Maiden. Energia para dar e vender, aquele poderosíssimo ataque de guitarras que faz qualquer fã do heavy metal clássico delirar e momentos únicos, impossíveis de recriar em estúdio: um “Start your engines, Davey!” a dar o mote para o solo que se segue. Épico.

3. “1º de Agosto”, Xutos & Pontapés [Rock Rendez-Vous, 1986]

Agora que penso bem no assunto, acho que nem conheço outro “1º de Agosto” que não este, gravado ao vivo no mítico Rock Rendez-Vous, quando Tim e companhia ainda tinham borbulhas na cara e pernas de alicate. Um personal favorite em qualquer estação do ano.

4. “Diamonds on the Soles of HerShoes”, Paul Simon [Harare, 1987]

“Graceland” é uma pérola na discografia de Paul Simon e teve direito a uma extensa tournée em território africano – a grande influência do disco -, de onde saiu a minha versão preferida de “Diamonds…”: Ao vivo no Zimbabué, com o coro/grupo de bailarinos mais feliz e delicioso da história da música. Se o tema já dava vontade de dançar, ver este registo live é ordem para não ficar quieto.

5. "Como Nossos Pais”, Elis Regina [“Fantástico”, 1987]

Esta actuação ao vivo para o programa “Fantástico” é um bom exemplo – o melhor, talvez – do que me faz gostar tanto da Elis Regina: a força da voz, a entrega e sentimento que põe no palco, o corpo em tensão, a expressão no rosto e aqueles momentos simplesmente desarmantes em que nos olha nos olhos, através da câmara, sem medo.

6. “Surprise Hotel”, Fool’s Gold [KEXP, 2009]

Quem diria que um tema extremamente dançável, de um colectivo que mistura pop, rock uma grande variedade de ritmos africanos caberia tão bem num pequeno estúdio de uma rádio de Seattle? Não só cabe perfeitamente como é uma verdadeira festa sem fronteiras!

7. “Topo de Gama”, Clã com The Legendary Tigerman [C. C. Olga Cadaval, 2005]

“Topo de Gama” não foi escrita a pensar nesta colaboração, mas bem podia ter sido. O tema dos Clã assenta que nem uma luva no estilo rock sujo em formato one-man-band e este foi um dos momentos altos de uma noite mágica e bem diversificada. Se o tema original já era forte, com Paulo Furtado ficou perfeito.



8. “Wishlist”, Pearl Jam [Madison Square Garden, 2003]

Os Pearl Jam foram e continuam a ser uma das minhas bandas preferidas de sempre. Mas, por algum motivo, “Wishlist” não me conquistou quando saiu: passava com insistência nas rádios, mas continuava a criar uma certa estranheza. Até ao dia em que a ouvi “live at the Garden”. Neste concerto, um tema “morno” ganha uma dimensão para a qual eu nem sequer estava preparada: um Eddie Vedder visivelmente emocionado, iluminado por uma bola de espelhos, brinca com a guitarra para dizer que, afinal, os sonhos até podem ser uma coisa boa. That’s fuckin’ beautiful.

 9. “Brother”, Alice in Chains [Brooklyn Academy of Music's Majestic Theatre, 1996]

A série Unplugged da MTV marcou os anos 90 e, mesmo sendo quase doloroso, o concerto dos Alice In Chains marcou-me a mim. Apesar de mostrar um Layne Staley  verdadeiramente debilitado, é aqui que “Brother” ganha a ambiência, a suavidade e a cumplicidade que o tema pede - e merece.

10. Samba da Bênção”, Vinicius de Moraes com Toquinho [La Fusa, 1970]

Se há coisa que me apaixona no “capitão do mato” Vinicius de Moraes, o “branco mais preto do Brasil”, é aquela coolness que nunca o abandona. A forma como, aqui, vai pedindo a bênção e distribuindo saravás por largos minutos aos parceiros, amigos queridos, sambistas de todas as cores, “gente da pesada” – “eu te amo! Saravá!”- num pequeno clube argentino é qualquer coisa de maravilhoso.

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(Talking Heads, Hollywood's Pantages Theater, 1983)
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