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10 Canções de 2014 - por Daniela Coutinho

Não as melhores das melhores (e isto também não é um top10), mas as canções que me foram fazendo companhia em 2014. Estando eu longe de ter ouvido toda a música que foi lançada neste ano que passou (confesso que ainda não consegui parar de ouvir discos de 2013), deixo que esta humilde lista responda ao pedido de retrospectiva musical.


"An Ocean In Between The Waves", The War On Drugs

Os discos especiais são aqueles que se põe a tocar e nos agarram de imediato. O truque está nas texturas e tonalidades das suas canções, a forma como são construídas, a forma como vão escalando e vão chegando até nós, até nos pertencerem. É muito difícil escolher uma canção quando se ouve um disco como um todo, porque todas elas são extraordinárias e é o caso de "Lost In The Dream", a obra-prima do ano que trouxe cor a um 2014 sombrio. Gosto de imaginar que canções como esta "An Ocean In Between The Waves" aqueceram as almas e musicaram muitos mais carros além do meu, em viagens rotineiras no final de um dia longo.


"Seasons (Waiting On You)", Future Islands

Provavelmente uma das canções mais ouvidas em 2014, mais não fosse a ajuda das rádios, de performances incríveis em programas de tv e dos concertos fabulosos que foram dando por todo o lado, um deles em Lisboa. Os Future Islands e a voz marcante de Samuel T. Herring foram definitivamente uma lufada de ar fresco durante o ano que passou e, felizmente, deixaram canções que vão ecoar por muitos mais anos, como esta.


"Your Love is Killing Me", Sharon Van Etten

Palavras para quê? Esta canção diz tudo. (E que disco incrível, o "Are We There"...) Sharon Van Etten entrou no meu mundo emocional e revirou tudo com violência. Precisava mesmo que isto acontecesse, até porque a figura feminina que costuma fazer isso só vai lançar um disco novo daqui a uns meses (despacha-te, Marling...).


"A Bunch of Meninos", Dead Combo

Sem dúvida nenhuma, o projecto português que mais me cativou este ano e consolidou uma conquista gradual que já vinha a ser feita desde "Lisboa Mulata", época em que os comecei a descobrir. Os meninos Tó Trips e Pedro Gonçalves emeraram-se e tiveram uma recompensa à altura, o reconhecimento geral de um trabalho fabuloso de mais de 10 anos. Nós, sortudos, ficamos com canções como esta, que mais do que para ouvir, servem quase para se vestir e se usar contra o frio.


"Lingus", Snarky Puppy

Eu lembro-me perfeitamente do momento em que choquei contra o "We Like It Here", foi precisamente no dia em que foi lançado no youtube o vídeo ao vivo deste "Lingus" em mais uma das sessões deliciosas gravadas em DVD dos Snarky Puppy. Lembro-me também das reacções de companheiros músicos com quem trabalho, que os seguem e que começaram um reboliço online que só visto. Não é para menos, estes meninos abanaram tudo com performances quase-históricas, como esta do incrível  Cory Henry que nos levou para outro plano com os seus teclados e fez meio mundo saltar da cadeira e, literalmente, ligar ao melómano mais próximo e dizer "Meu, liga já o youtube e ouve isto".


"Really Love", D'Angelo and The Vanguard

Esta canção vai invadir 2015 e tomar este ano como seu, não só porque faz parte de um dos últimos discos a sair em 2014, mas também porque é um Senhor Disco (e, depois de quase 15 anos de vai-não-vai, provavelmente a surpresa/regresso do ano).
Poucos corações aguentam tanta coisa maravilhosa junta e por isso é preciso preparar bem a respiração, fechar os olhos e desfrutar de uma das melhores canções  (e disco) de r&b dos últimos tempos. Welcome back, Mr.D.


"Feel", Ty Segall

A Patrícia já o disse, eu repito. Ty Segall é uma das bençãos-rock do ano. Mas o que vocês não sabem é que assim que ouvi este disco pela primeira vez, sabia que a Patrícia tinha de conhecer o Ty e andei  basicamente a persegui-la no meio de uma loja de roupa na baixa de Lisboa, com os phones para a fazer ouvir precisamente esta "Feel", mal ela sabia que ainda a ia ouvir ao vivo meses depois. Só este imaginário merece emoldurar esta canção como uma das, senão a música do ano.


"Lonely Press Play", Damon Albarn

O Damon tem uma voz familiar que reconforta há muitos anos em projectos cativantes vários, por isso seria de esperar que um disco seu trouxesse uma qualidade igualmente familiar.
Mas esta canção, em particular, ficou-me e o motivo à parte da sua qualidade inquestionável, é tão cómico que tinha de o partilhar. Não sei se serei a única, mas não consigo deixar de ouvir a "Age of Aquarius" dos 5th Dimension naquelas notas de piano que preenchem toda a canção, especialmente o famoso verso "Let the Sunshine, let the sunshine in" que eu vou cantarolando por cima do Damon, coitado, criando assim, uma canção bipolar só minha.


"86 Floors From Heaven", Scott Matthews

A voz masculina de 2014, aquela que mais se ouviu no meu humilde ipod e que preencheu muitos momentos solitários e introspectivos. O incrível "Home" de Scott Matthews foi muitas vezes uma fuga, um abraço que precisei mais vezes do que esperava - do qual faz parte esta canção lindíssima.


"Dia Clarear", Banda do Mar

Tinha também de partilhar esta escolha com a Patrícia, pois esta colaboração entre a Mallu, Marcelo e Fred também foi uma das alegrias do meu ano. Contam-se os dias até poder cantar o disco inteiro que já decorei nos últimos meses, no concerto no Tivoli.

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